Antes de credenciar-se para as atividades de pré-vendas é preciso trazer consigo uma certa bagagem, e isto é inevitável. Bem, não direi que é impossível, atuar sem uma experiência prévia, no entanto, tende a não ser simples e certamente levará mais tempo para gerar boa performance em suas atividades.
O caminho natural quando se trabalha com vendas consultivas geralmente é o de ter a experiência de uso do produto/serviço (ou solução, para simplificar), a ponto de ser especialista ou de ser capaz de falar sobre todos os detalhes técnicos do objeto da venda. Existem também situações que admitem mais de uma camada de especialidade, variando de um nível executivo, passando por um intermediário até o de especialista (podendo ser este o profissional que cria ou desenvolve o produto), é relativamente normal que – dada a complexidade – existam estes níveis (e até mesmo mais alguns) em um processo de pré-vendas.
Acredito ser importante oferecer este contexto pois nem sempre fica claro para quem está começando e quer entrar na carreira que é fundamental passar por um período de estudos relativamente grande para ser capaz de ser parte deste ciclo. E nem sempre o expert técnico é quem necessariamente estuda e se especializa mais, casos existem em que o profissional comercial precisa de muita “horas de voo” até conseguir traduzir para o cliente ou prospecto a proposta de valor da solução. Em linhas gerais, independente do estágio do funil de vendas em que você atuará, é preciso estudar bastante para atuar como pré-vendas. Já atuei em empresas de vários tamanhos, de multinacionais a startups com menos de 10 funcionários, e algo em comum entre todas elas foi a necessidade de passar um período inicial de algumas semanas de estudos, não só para me inteirar dos processos da empresa, mas para aprender mais a fundo sobre as soluções nas quais eu iria trabalhar. Há situações em que o profissional chega “praticamente pronto”, já em condições de ir a campo e executar a pré-venda, mas estes geralmente são os Seniores, nossa pauta neste momento é mais voltada para os Juniores.
Áreas de Atuação
Certamente pecarei pela falta, pois existem (e o número aumenta rapidamente) várias áreas de atuação em se tratando de TI e Telecom, mas vou destacar algumas de forma a oferecer uma orientação preliminar para quem deseja vislumbrar qual caminho seguir na carreira.
- Infraestrutura
- Desenvolvimento
- Design/UX
- Cibersegurança
- Hardware
Sim, você pode argumentar que existem possíveis duplicidades, que é importante saber codificar para trabalhar com cibersegurança, etc., sem dúvida. Acumular habilidades sempre é bom, mas melhor ainda é escolher uma área e concentrar-se nela e, com o tempo e experiência, desenvolver habilidades em paralelo que te diferenciem dos demais. O exemplo do profissional de infraestrutura ou cibersegurança que sabem codificar é clássico. Não é mandatório, mas é um grande diferencial que certamente te colocará na frente de muitos outros.
Considerando estas áreas (e outras muitas outras derivadas), é importante buscar uma percepção com os assuntos com os quais você mais possui afinidade. Como fazer isso? Muitos já trazem consigo alguma preferência, ou algo que desperta mais curiosidade, daí a escolha fica um pouco menos difícil. Para aqueles que possuem preferências ou estão mesmo em dúvida, resta testar. Sim, testar. Na época em que cursei Ciência da Computação o acesso à Internet, computadores e tecnologia era bem mais restrito, e isto dificultava para obter uma visão mais ampla. Nos dias de hoje o acesso é bem mais facilitado e a dificuldade é de se decidir diante de tantas opções.
Como mencionei anteriormente, é bem provável que você mude de área de atuação e preferências no decorrer da sua jornada, e isso tem muito a ver com o quão aquecido está o mercado em um determinado momento. O importante, e que deve sempre imperar, é a sua garra e vontade de estudar, se aprofundar nas área escolhidas e ir além do seu escopo de trabalho, isso certamente lhe garantirá uma boa posição e fará com que as empresas sempre queiram lhe ter em seu quadro de funcionários.